quinta-feira, 20 de maio de 2010

Romeu & Julieta


A velha senhora de cabelos grisalhos e pele enrugada estava sentada em sua cadeira de balanço na varanda da casinha branca. Aquele tem sido seu lar por muitos anos. O lugar onde ela e seu eterno amante vivem diariamente um historia de amor verdadeiro. Imersa em seus pensamentos, ela nem percebe que as crianças já haviam chegado.

- vovó, vovó! – berrava a menina de bochechas rosadas e grossos cachos castanho avermelhados, enquanto saltava do automóvel e corria pelo jardim em direção à varanda.

A senhora é resgatada de seus sonhos e levanta com dificuldade da cadeira de balanço. Seu sorriso não envelheceu nem mesmo um dia. Ainda é o mesmo sorriso que costuma iluminar todos os dias daquele lugar.

- não corra minha querida... – sua voz oscila enquanto ela dá alguns passos em direção a menininha. – não precisamos ter pressa agora.

A garotinha não dá ouvidos aos cuidados da avó cautelosa e corre em direção aos braços, que já estavam abertos, daquela que é sem nenhuma dúvida sua melhor amiga. Por fim, os corpos se encontram e a garotinha de seis anos e meio, enfiada num vestido branco cheio de delicadas borboletinhas bordadas, sentiu-se em casa. Os braços já não são fortes e quentes como eram antes, mas ainda são carinhosos e seguros. A menina, ainda agarrada a avó, cheira uma lufada de um dos melhores cheiros do mundo: o perfume da loção de pêssego da vovó.

- calma querida... - diz a senhora soltando delicadamente o abraço da neta. – como você cresceu querida! – os olhos apertados brilham ao ver como a neta cresceu. A senhora falou sentando na cadeira de balanço - Onde está seu irmão?

- Pietro, está doente... Por isso que a mamãe mandou o senhor Puccini trazer Isabella e eu para a sua casa. – explicou a garotinha sentando ao lado da avó.

Isabella era a babá da pequena Joanne, cuidava da garotinha como se fosse sua própria filha e olhava aquela cena comovida.

- boa tarde senhora Montecchio. – cumprimentou a bela jovem de voz doce.

- bom tarde, Isabella....

- a senhora gostaria que eu fizesse alguma coisa?

A senhora mordeu o lábio e hesitou, depois sorriu.

- se não fosse pedir muito, minha jovem, faça-me um chá e traga o bolo que está em cima da mesa. Enquanto isso, eu vou contar um história para Joanne.

Joanne deu um pulinho quase imperceptível enquanto Isabella abria a porta e entrava na casa.

- e então vovó? Comece logo! - a garotinha estava eufórica.

- calma meu bem... Eu vou começar... Tudo começou a muitos anos atrás, quando eu ainda era tão jovem e bela como nossa Isabella. Eu vivia com meus pais numa cidade vizinha, Verona. – A senhora suspirou saudosamente. Depois continuou. – Eu era uma jovem cobiçada. Havia muitos rapazes interessados em mim, mas eu não havia me interessado por nenhum deles. Todos pareciam tão bobos e estúpidos... – ela balançou a cabeça e sorriu. – Ou talvez eu estivesse esperando por algo melhor.

- anda logo vovó! – a garota disse impaciente.

- Non abbiate fretta,Bambina! – as duas sorriram. – Eu vivia a minha vida solitariamente, até conhecer Romeu. Ah, meu Romeu! - Julieta suspirou para a neta e foi como se seu corpo tivesse entrado numa outra dimensão. Naquele momento ela voltou ao baile de máscaras em que conheceu seu amado Romeu.

“havia muitas lâmpadas e a música ecoava os sons mais bonitos que cada instrumento podia emitir. Julieta ria com suas amigas na sacada do salão principal. O cheiro das rosas do jardim impregnavam o ar e refrescavam a noite. Lá estava uma das jovens mais desejadas em Verona, metida num lindo vestido perolado bordado em ouro e outras preciosidades, rindo com algumas de suas amigas numa noite de verão. Estava tão distraída que nem percebeu os olhares dos rapazes, e de um rapaz em especial: Romeu. Romeu Montecchio, sua família era a maior inimiga dos Capuleto. Julieta era uma Capuleto, mas aquilo não impediu Romeu de se aproximar e convidar a bela jovem para dançar. E foi naquele momento que Julieta entendeu do que falavam os poetas e os bêbados, os lunáticos e os cientistas, os anjos e os demônios. Julieta entendeu o que era o amor. O toque quente das mãos dele, ardiam mais que brasa e as palavras que saiam de sua boca, pareciam favos de mel puro. As horas avançavam e a dança não acabava, ou talvez fosse outra música e eles só não tivessem se dado conta. Julieta não conseguia fugir do desejo de ficar um pouco mais nos braços dele, e Romeu não conseguia olhar nem por meio segundo outra mulher. O encontro celeste havia acontecido e nada podia ser feito. Ou não deveria ser feito, mas não impediu que acontecesse. O pai de Julieta os viu juntos e levou para longe sua preciosa filha. Contou-lhe os motivos para não aceitar nem a amizade deles, mas eram motivos tão bobos para Julieta. No começo ela tentou brigar, fez greve e gritou, mas nada disso fez o pai mudar de idéia. Romeu sempre dava um jeito de enviar bilhetes apaixonados para sua amada e ela os guardava com a própria vida. Os encontros entre os dois ficavam cada vez mais apaixonados e intensos, mas ambos temiam. Eles sabiam que corriam perigo. E numa tarde ensolarada e apaixonada, eles trocavam juras de amor eterno sob um velho carvalho no alto de uma montanha, quando foram surpreendidos pelos criados do pai de Julieta. Romeu tentou lutar, mas eles eram em numero maior e levaram sua doce donzela para longe. Foi então que Romeu decidiu algo que mudaria a sua vida para sempre. Naquela noite, ele foi à casa de Julieta e conseguiu entrar no quarto da jovem. Romeu a convenceu de casar-se secretamente numa cidade vizinha e assim os dois fizeram. Na manhã seguinte, Julieta já havia pertencido a Romeu e seu pai nem desconfiava do feito. Julieta arrumou sua mala e escreveu um bilhete e enquanto Romeu guardava as coisas da amada ela juntava suas posses de maior valor. Aquilo não duraria muito, mas seria um bom começo. Julieta não teve coragem nem de se despedir de sua mãe, fugiu como uma criminosa, mas estava feliz. Enfim, ela e Romeu poderiam viver sua linda história de amor.”

- nossa, vovó... a senhora é muito corajosa. – falou a menina deslumbrada com a linda história que ela acabara de ouvir. Julieta enxugou as lágrimas que escorriam sob a pele enrugada.

- não querida, não sou corajosa... Sou apaixonada e essa é a minha história de amor. – a garota correu para o colo da avó e as duas ficaram abraçadas em silêncio, apreciando aquele momento.

by: Andressa

9 comentários:

  1. Linda a fic migona, continua escrevendo adorei demais!!!

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  2. legal ........criativa amei.......uuuuuuuuuhuuuu

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  3. muito legal esse outro fim(quer dizer, começo) pra Romeu e Julieta, gostei muito mesmo... e vc escreves bem, dar pra sentir a emoção em cada palavra *--*

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  4. Muito bom! A ideia do blog em si é muito boa mesmo! Continuem assim e não deixem essa ideia morrer. Parabéns a tod@s!

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  5. aaaamiga, simplesmente lindo! amei de verdade, continue assim, expondo sua criatividade! beeijo :*

    paula t.

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  6. Foi demais!!! gostei mto dessa versão da historia de Romeu e Julieta \o/
    Parabens Dryy \o/

    Qndo eu tiver um momento de inspiração talvez te envie uma fic minha xD

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  7. Escreva sim, querido! nós aguardamos suas fics também!

    by: Andressa

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